quinta-feira, 11 de outubro de 2007

O MAIS "LOST" DE TODOS OS HOMENS
























Superman, de todos, o mais "lost" dos homens. Sempre penso nas histórias dos super-heróis, tão ricas e interessantes, cheias de dilemas e crises existenciais, na cruzada diária de cada um em lutar por aquilo que é "certo". Mas não há nenhum como o Super-homem. Primeiro por que ele é aquele herói perfeito, infalível, invencível, que ninguém jamais enxergaria como um guerreiro de coração partido, solitário atormentado, estrangeiro eterno de um planeta que precisa defender não por que o obrigaram, mas por que ELE assim o quis. Foi nele que encontrei minhas melhores fugas de realidade infantil, "make me a red cape, I wanna be Superman", quando não havia outra roupa a se vestir que não sua quase-imperial capa vermelha. Quem não queria abraçar o Super-homem? Quem não queria sê-lo? Mas ninguém nunca pergunta ao Super-homem, do topo de um arranha-céu, o que se passa em sua cabeça, coração; que angústias atormentam a sua alma, se ele chora de tristeza, quais suas paixões, ódios, o que sente quando cruza os céus da Terra. Apenas os pássaros e os aviões lhe dão alguma companhia. No resto do tempo ele é um solitário, perdido em seu próprio silêncio. O que pensa o Super-homem? Digo, lá no fundo, o que pensa o Super-homem? Talvez por isso seja ele o mais "lost" de todos os super-heróis e não por acaso seu reduto, sua maior fuga, é a "A Fortaleza da Solidão", um palácio de gelo e cristais, herdado do seu pai, um templo à meditação e ao conhecimento. Para que ele aprendesse sua história e aceitasse sua missão. Eis a sua sina. O mais amado de todos os bebês, entregue às estrelas para que guiassem o seu destino.

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