sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

À JANELA

Corri bem cedo para a janela para te esperar chegar.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

VERMELHO

A primeira vez que te "vi", por que vi sem ver, fui roubado - naquele instante - pelo vermelho dos seus cabelos. E ainda hoje te sinto e te vejo ruiva, pouco importando que cor você decidiu tingir o cabelo mais cheiroso do mundo, que é esse que adorna a sua cabeça como uma coroa. Por que você ainda é a minha ruiva. E sempre será. Minha. E te amarei vermelha, escolha você ser Marilyn ou Callas, ou Frida, pouco importa, haverá sempre algo de vermelho emanando dos seus poros, não importa que tom decida colorir sua caixa de pensamentos. Por que você é vermelha, fato inquestionável, em todos os aspectos da vida, sua, nossa, minha, você é vermelha. E foi por essa cor que me apaixonei e que lhe é inerente, sua de direito. Você merece esta cor, ela a pertence e você a ela. E nunca senti tanta falta deste vermelho em minha vida, como nestes últimos tempos em que você se avermelhou tão longe de mim, nas suas aventuras perdidas-na-tradução deste mês que demorou oito anos para passar. 8, exatamente, que lembra o eterno, e que é um dos nossos números. 5,6,7 e 8. Engraçado, isso. Uma seqüência lógica e racional que corre para o infinito, como o rio para o mar. E o mar é vermelho. E parece se abrir, para que passemos por ele, na nossa caminhada juntos que, como sempre gosto de brincar, é marcada por uma louca habilidade que temos - juntos - de conquistar as coisas, concretas ou subjetivas. Nós empreendemos juntos. E na união das nossas "forças sagitáries" conhecemos campo de batalha e de girassóis. Num mesmo dia. E, por sua causa, até eu me torno vermelho também. Vermelho de amor, de fogo, de briga, de guerra, paixão. Vermelho de Marte, morango e violino. Vermelho de Rosa, que me faz principezinho, para te cuidar e proteger do sol e dos tigres. Então, nestes dias que passaram, em que estive azul como nunca, ou roxo, prefiro dizer, percebi que já não vivo mais sem o vermelho, que é esta cor de movimento e realização, que você sopra em minha vida, como um vento de renovação e descoberta. O vento escarlate que transforma meu barco de papel na caravela de Colombo, assim é você em minha vida. E ando contando os segundos, como criança espera o Natal, para que você se traga de volta, meu sonhado presente, embalada como laço de fita e papel. Vermelhos.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

WE COULD BE HEROES

"and we kissed as though nothing could fall"
*
Estes últimos dias de solidão involuntária têm sido decisivos para a tal percepção da realidade como ela é de fato ou como desejaria que ela fosse. Manhãs, tardes e noites se arrastam na passagem das horas enquanto me transporto do ponto A para o ponto B na minha expectativa infantil de ser capaz de mobilizar o tempo para tê-la mais perto, como se tentando apagar com uma borracha metafísica os dias que ainda precisam passar para que se encerre a contagem no meu calendário melancólico sobre a mesa onde guardamos os nossos livros. Cada canto da nossa casa, cada espaço, eu a vejo ali, caminhando entre os cômodos, tocando detalhes que te interessam. E vou lembrando do seu cheiro doce e sua pele delicada, quando a abraço na cozinha enquanto fazemos café para o começo de mais um dia ou cozinhamos para aplacar a fome noturna que às vezes bate durante as nossas sessões caseiras de filme. Enquanto te guardo nos braços, seu cabelo costuma passear desordenadamente sobre as minhas bochechas ao passo que minhas mãos procuram sua cintura. E suspiramos juntos, abraçados em silêncio, com a certeza sublime que nos amamos, que não precisamos de mais nada naquele momento e que, por aqueles instantes, somos eternos. Somos heróis. É uma solidão diferente, a destes últimos dias, por que trata de uma incompletude que eu sequer sabia existir. Somos incompletos, fato, "live together, die alone", mas descobri o prazer de ser pleno e nela ter a parte que me falta - a minha melhor parte. E perder, momentaneamente, meu melhor pedaço, me deixa perdido, desorientado, como uma nau à deriva, sem sua luz de farol. São dias vazios, dias em branco, estes que passo sem minha amiga, senhora, mulher e amante. Dias de auto-conhecimento, reflexão, devaneios poéticos e filosofia de chuveiro, na minha anotação silenciosa das horas, para que mais um dia se encerre e o seguinte aponte logo à janela, até o fim da contagem, até que ela chegue. Por que não vejo a hora de voltarmos a dormir juntos, por que começa a doer a sua ausência. Por que a quero de volta, a sua voz reclamando dos meus erros e seus afagos quando a pego no colo para sentarmos preguiçosamente na poltrona da sala. Quero vê-la se arrumar diante do espelho do quarto, enquanto desenho a cartografia do seu corpo perfeito com os meus olhos curiosos, sem que ela perceba. É que quero nossas mãos enlaçadas novamente, enquanto nos aventuramos na esquina. Quero o sabor dos seus beijos e o calor do seu corpo. Te quero de volta.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

ANJOS ENTRE NÓS


Os anjos estão por toda parte, entre nós, em sua tarefa diária e dedicada de nos proteger dos perigos, afastar-nos das tragédias, acalentar nossos corações nos momentos de desespero e cuidar de nossos pensamentos para que eles não se tornem sombrios. Eles estão por toda parte, entre nós, e não fazem questão de serem vistos, por que isso não importa. É preciso acreditar na bênção, numa força maior, de fé, esperança e bondade, que está sobre todos nós que é infalível durante grande parte do tempo. Os anjos estão por toda parte, entre nós, e tudo estará bem. Acreditar é possível. Acreditar é preciso.

HITLER EM BUSCA DA TERRA DO NUNCA (?)

Saiu na imprensa internacional (Reuters) uma notícia de que desenhos de Adolf Hitler retratando personagens da Disney (Anões da Branca de Neve e o Pinóquio) foram encontrados e comprados pelo diretor do museu de guerra da Noruega, William Hakvaag. As imagens são supostamente assinadas pelo "führer", com "A.H." e "A. Hitler" e teriam sido feitos durante a II Guerra Mundial (em 1940, provavelmente). É sabido que Hitler possuia uma cópia da "Branca de Neve", que considerava um dos melhores filmes da história. Bom, os desenhos foram comprados em leilão por trezentos dólares, um preço relativamente pequeno para esse suposto tesouro histórico e genuína peça de interesse psicanalítico. Afinal, o que levaria Adolf Hitler, senhor da Europa, chefe máximo do III império alemão e um dos homens mais poderosos do mundo, responsável pela morte de milhões de pessoas, desenhar personagens da Disney em seu tempo livre? O que isso poderia nos dizer sobre a personalidade desta que é uma das mais estudadas e ainda assim mais obscuras personalidades da história? Fica mais essa lacuna no quase infinito labirinto de perguntas sem resposta que é a figura de Adolf Hitler.

ALICE MATA O COELHO


Ok, "The Brown Bunny", filme de Vincent Gallo. Por onde começar? Não vou simplificar dizendo se é um filme bom ou ruim, se gostei ou não gostei. Por que acho que está além disso. É um filme brutalmente silencioso, lento e melancólico. Tudo se arrasta na tela, como se fosse um filme inteiramente rodado em câmera lenta e mudo. E, nesse aspecto, o personagem principal (o motoqueiro Bud Clay, vivido pelo próprio Vincent Gallo) se mistura com a história e o próprio filme, de maneira que o que vemos na tela é uma grande massa uniforme de tristeza e resvalamento quase viscerais. Como obra de cinema, o filme não possui grandes genialismos, apesar de ter algumas belas cenas e trilha sonora razoável. O enquadramento é intencionalmente amador em muitos momentos, reforçando a idéia que não há ninguém ali, além de Bud Clay (e nós, que o observamos dormir, comer, tomar banho, e dirigir em silêncio). Por este ponto de vista, "The Brown Bunny" é infalível: temos a quase desconcertante impressão de estarmos acompanhando Bud em sua jornada solitária pelas estradas dos Estados Unidos até a Califórnia, como se dividíssemos a sua van ou o quarto de hotel. E passamos a nos interessar pelo que Bud tem em mente, a obsessão com sua ex-namorada Daisy Lemon, reflexo de que ele não se refez da devastação que ela parece ter promovido em sua vida. No caminho, Bud conhece três mulheres completamente perdidas, também elas com nomes de flores (Violet, Lilly e Rose) e as deixa no caminho. Uma jovem vendedora, uma mulher solitária num parque e uma prostituta. Descobrimos que ele busca desesperadamente por companhia, por alguma companhia. É como se ele estivesse tentando se soltar de algo que é mais forte que sua vontade (o pensamento em Daisy) que o mantém no caminho, deixando tudo para trás, até ele mesmo, sua alma e essência. O filme ganhou notoriedade e gerou uma grande polêmica devido à explicidade de uma seqüência de sexo oral e, francamente, não tenho uma opinião definida sobre a gratuidade (ou não) desta cena, tampouco acho que seja grande coisa ou, pelo menos, algo que merecesse tanto estardalhaço. Acho que Gallo tinha algo em mente com esta cena de sexo escancarado e acredito que está relacionado ao nosso papel de expectador-extremo da vida (ou falta dela) ali retratada. De expectadores passamos a fantasmas que acompanham um homem que vaga quase sem rumo, ele mesmo como um fantasma. Então talvez, neste sentido, a cena de sexo do final tenha sentido. Por que não há nada ali, naquele filme, para amenizar o nosso desconforto. "The Brown Bunny" não é um filme que deseja nos poupar em nada, pelo contrário. Bud Clay é um homem perdido, transtornado, consumido por um remorso inexplicável e que, apesar da tranqüilidade que emana dos seus olhos azuis, de uma carência quase infantil, ele parece gritar por dentro. Uma reinvenção perdida de Alice, uma "Alice em transe", numa jornada melancólica através de um país transtornado, sem nenhuma maravilha, apenas sombra, solidão e silêncio. Por que Alice matou o coelho.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

MINHA GAROTA URBANA



O sol brilha com timidez, quando levanto todas as manhãs para uma rotina solitária, silenciosa, com o compasso de um relógio enguiçado. Uma coreografia simples, relativamente mal ensaiada, de gestos, passos e ações repetidas. Uma sinfonia pouco criativa de sons, sabores e aromas, que mistura o cheiro do café ao barulho do relógio que bate na parede da cozinha, ao perfume, às bolachas não muito frescas, à água do banho, ao toque da roupa no corpo, ao barulho da porta que se tranca atrás de mim. Se escolhesse uma trilha sonora para estes dias-perdidos-na-tradução ela certamente sairia das mãos da Sofia Coppola ou comodamente plagiaria a compilação mágica e melancólica da sua obra prima, "Lost in Translation". É como se a manhã começasse preguiçosa - como todas - ao som de "Girls", do Death in Vegas e terminasse com "City Girl", do Kevin Shields. Ao longo do caminho, na seqüência das horas, algumas passagens mais animadas, outras mais suaves, até o momento de o sol se pôr no horizonte, numa esplanada azul, vermelha e roxa, onde o solo fofo sob os meus pés parece me conduzir no automático, como se houvesse um fio, como se eu fosse um bonde de um só passageiro, na viagem dos meus devaneios perdidos, para o encerramento de mais uma página do livro que me esforço em contar. Nestes momentos de passagem, fico imaginando onde ela está, se está vendo o mesmo pôr-do-sol ou as mesmas estrelas, sentindo a água da chuva ou que roupa escolheu vestir. Minha garota urbana, perdida-na-tradução ela mesma, na sua Tóquio verde e amarela. Algo está faltando. Algo que motiva a travessia do dia, a vontade de voltar para casa, para o brilho de seus olhos e o calor de suas pernas, que descobri (ou simplesmente constatei) que não consigo mais viver sem. É que sinto falta de cada centímetro do seu corpo e não consigo aceitar - mais - a distância. Fato. Por que fiquei farto dos dias e dos quilômetros e hoje tolero apenas metros e minutos. É que os dias sem minha garota urbana são vazios, sem cor, em vão. Por que ela é linda, por que eu a amo, e por que a espero, todas as noites, para que ela me visite novamente nos meus sonhos.

TODOS POR OBAMA


Esperança, Ação, Mudança. São os lemas da campanha de Barrack Obama, pré-canditato democrata à presidência do país mais poderoso do mundo. Jovem, negro, veterano de guerra, de sobrenomes muçulmanos, filho de pai queniano, em outras palavras, uma onda de frescor contra à antiquada locomotiva americana, engessada nos trilhos do tradicionalismo de raízes anglo-americanas dos "pais fundadores", nortistas, brancos, puritanos, conservadores. A campanha do carismático Obama começou de maneira silenciosa e foi ganhando músculo na internet, sobretudo com o apoio do eleitorado jovem norte-americano, sedento, em espera angustiosa por ALGUMA mudança. Orador eloqüente, que silencia as massas com suas palavras de impacto, nasceu no Havaí, em 1961, filho de uma americana com um queniano (ambos os pais já falecidos), advogado renomado por Harvard, escreveu um livro chamado "Os sonhos de meu pai". Que a esperança, a ação e a mudança se mantenham e fortaleçam, e que os "sonhos de Obama" sejam de renovação e anúncio de um novo tempo no império norte-americano, que já sofre com suas estruturas enfraquecidas. Alguns arriscam a chamá-lo de um "novo Kennedy". É cedo para especular, certamente. Mas toda a euforia é um reflexo imediato da necessidade de mudança na empoeirada política norte-americana. O momento é esse. Uma chance que não se pode deixar escapar. Alguns parecem não se importar, afinal, "de que nos interessa quem ganha ou quem perde nos EUA?". A verdade é que devemos nos importar por que nos interessa e muito qualquer transformação no país-império que fiscaliza e dá as regras do jogo no mundo.


* * *


"I´m asking you to believe. Not just in my ability to bring about real change in Washington. I´m asking you to believe in yours".
(Barrack Hussein Obama)
*

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

SAUDADE


O que é SAUDADE, afinal? Para mim, é algo esquisito, estranho, alheio, alienígena e, curiosamente, intrínseco, pessoal, íntimo, naturalmente meu. É um sentimento, uma sensação, um momento, uma idéia. Comove, faz sorrir, chorar, cala e até mata. Saudade é algo completamente abstrato e subjetivo e, ao mesmo tempo, palpável, como se fosse possível apontar com o dedo este ALGO sem cor nem cara que pesa sobre os ombros e mantém constante a sensação de que algo está faltando e que nada neste mundo será capaz de preencher o vazio. É uma solidão diferente; meio carente, meio silenciosa, como se experimentássemos algo de que não podemos falar, não podemos dividir. Como explicar nossa saudade a alguém? É algo nosso, genuinamente nosso, que ninguém tem condição de entender. Saudade é uma espera. Uma espera conformada, por alguém que foi para longe mas volta, alguém que escolheu não voltar ou alguém que não poderá voltar nunca mais. Saudade é uma caixa de sensações: amor, paixão, calor, desejo, dor, fome, angústia, impaciência, falta. É um relógio batendo constante, em contagem regressiva, com ponteiros que demoram a mudar de lugar. Saudade é um momento perfeito para auto-reflexão, em verdade. Rever aquilo que parecia gratuito e que, por algum período de tempo, não se tem mais. Tudo fica mais importante, mais valioso, mais precioso. Cheiro, pele, corpo, alma, jeitos, gênios, olhares, boca, beijo, toque, cabelo, perfume. Fotografias, músicas, textos, filmes, livros, imagens, lembranças; tudo é um conjunto complexo de encaixes de peças que nos levam aquela pessoa amada, tão distante. Queremos perto, queremos na hora, queremos para sempre. É uma espera desesperada, uma sede que não passa, um silêncio. Mas vale à pena. Por que há o retorno. E, com o retorno, janelas fechadas, portas trancadas, lençóis e travesseiros, telefone fora do gancho, e um tempo lá fora que pouco importa se é frio, chuva, noite ou dia. Há sempre o retorno. . .


* * *


"Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer


É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É nunca contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder


É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É ter com quem nos mata lealdade


Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?"


Luís de Camões


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

GRITOS NO SILÊNCIO DOS BOSQUES

Continuo a leitura do hipnotizante e - contraditoriamente - de difícil digestão "O Castelo na Floresta", de Norman Mailer, que narra a juventude de Adolf Hitler. A história transita pela especulação do incesto nas comunidades rurais da Áustria, as influências de infância e a sinistra observação do Diabo, chamado no livro de "Maestro" pelo narrador (um demônio de segundo escalão), daquela criança que mudaria muita coisa nos anos por vir. São socos sucessivos no estômago, mas é um livro que parece pulsar sobre a mesa, quando deixamos a leitura de lado; é difícil abandonar a narrativa, rápida e envolvente, que nos deixa cada vez mais curiosos e intrigados em saber a onde esta história nos levará, o que deveremos descobrir. Pistas no caminho, naturalmente, mas um desfecho que parece guardado sob sete chaves. Agarrados pelas vísceras e até mesmo a alma, por que não?, continuamos o estranho diário que se desdobra sob os nossos olhos. E como todo diário, inundado por confissões e segredos que talvez não desejaríamos saber. . .

"GEEK WEDDING"


Achei por aí, na vastidão da net, esta foto INACREDITÁVEL deste bolo de casamento bem criativo, fazendo referência ao universo do SUPER MARIO, com tubos, cogumelos, estrelas, plantas carnívoras e visual bem colorido, com o Mario e a Princesa Peach ao topo, representando os noivos. Mais geek impossível. Quem será que convenceu quem? O noivo ou a noiva? Ou seriam ambos geeks? Bom, eu queria este bolo para o meu casamento, confesso. Só não deixaria NINGUÉM triscar a mão nele! Imagina? Nunca!

"GEEK TIME"

Está à venda por aí este incrível relógio "geração 8-bit". Uma idéia genial e um presente perfeito para quem viveu o nascimento dos games em fins dos anos 70 e começo dos 80. Nostalgia pura, fazendo referência aos gráficos tortos e os pixels imensos dos jogos que tanto amávamos. Fora o design original e muito cool. Trata-se do "Icon Watch", desenvolvido pela empresa ABS, e custa US$ 82 na Coréia do Sul. Muito, muito legal.

GLÓRIA PARA UM PEQUENO BEAGLE


Uma história interessante e quase histórica. Pela primeira vez desde 1939 (!) um BEAGLE conseguiu vencer um concurso de cães (daqueles que a gente vê na tv, cheios de pompas, desafios e frescuras afins). Ele se chama UNO, um lindo e engraçado beagle tri-color, que ganhou o primeiro lugar no concurso de Westminster. Os juízes não resistiram aos "olhos dourados" do carismático cãozinho Uno, que conseguiu conquistar todo mundo com simpatia e competência nas provas. Ele foi definido como "um cãozinho feliz, um cãozinho do povo" e venceu todos os favoritos da competição, no total 2,627 cães (!), recebendo votos de uma platéia entusiasmada no Madison Square Garden, em Nova York (alto estilo, ainda por cima!). Os especialistas dizem que os Beagles têm certa dificuldade nestas competições formais e rigorosas por serem cães "honestos" demais. . . Como um ex-dono de beagle, suspeito que a palavra que os especialistas pensam ao dizerem "honestos" é bem outra; mas enfim. Eles são lindos, cheios de personalidade, engraçados e fazem companhia como ninguém. É o que importa. Dogs and Angels, é para isso que vieram ao mundo. Todo o resto é perdoável. Em tempo: ao ser "entrevistado", após a vitória consagradora, Uno se contentou em mordiscar o microfone. Bom, um pequeno passo para um cão, um grande salto para esta raça tão cheia de polêmica e controversia.


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

"FEBRUARY LOST"


Pelas próximas semanas, "eu vou estar odiando" muito SÃO PAULO. Nada pessoal. Aliás, é bem pessoal, sim.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

REALIDADES (IM)POSSÍVEIS(?)


Alison Jackson é uma artista interessante, fotógrafa britânica famosa pelas suas curiosas e inusitadas imagens que simulam momentos estranhos com diversas "personalidades". A fórmula é simples. A artista caça sósias de famosos mundo a fora. E por "sósia" entenda-se um quase gêmeo, com feições, olhar, cabelo, tudo assustadoramente similar. A partir daí, monta um cenário, uma idéia, uma cena curiosa, às vezes íntima, às vezes até constrangedora, em alguns casos até ofensiva. Moralismo de lado, esquecendo o tal-do-politicamente-correto por alguns segundos, o seu trabalho merece atenção. Misturando voyerismo e surrealismo, grande parte das suas fotos parece ser fruto de um momento verdadeiro e o resultado é incrível. Temos certeza que ali está uma celebridade genuína e não um sósia (na capa do seu livro - foto acima - está a Madonna em momento dona de casa). O extremo do fake parece fazer uma volta de 360 graus e se traveste de realidade nua e escancarada. Não há como ficar indiferente às suas realidades inventadas. No seu site é possível conferir um pouco do seu trabalho absolutamente original e inventivo. O que ela não poderia fazer com as personalidades brasileiras. . .

"George W. Bush" e suas decisões estratégicas


"Angelina Jolie" amamenta



Uma sedutora "Camila Parker"


"Príncipe William" flertando com a coroa



"Elizabeth II", rainha do trono da Inglaterra

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

A BATALHA PELA TERRA MÉDIA


Caiu recentemente em minhas mãos o elegante e - quase - indefectível jogo de RTS (real time strategy) "The Lord of the Rings: Battle for Middle Earth" (PC). O universo de Tolkien e Peter Jackson está perfeitamente decalcado ali, com cuidado, minimalismo e detalhismo no limiar da obsessão. Tolkien ficaria orgulhoso. E palmas e louros para a Eletronic Arts, que fez um trabalho primoroso na adaptação dos 3 filmes em um jogo só, que é competente e preciso na difícil tarefa de entreter, sem comprometer a adaptação convincente. Francamente, de cara é o melhor jogo de todas as adaptações do Senhor dos Anéis feitas até hoje. As três histórias se costuram com fluidez e não há ruptura da narrativa em nenhum momento. O primeiro minuto de jogo nos oferece o controle da Sociedade do Anel nas Minas de Moria e o suspiro final é diante dos Portões Negros, com a angustiosa espera para saber se Frodo e Sam conseguirão lançar o anel no fogo para que Aragorn retorne como rei ao trono de Gondor. No caminho, inúmeras horas de jogo, controlando heróis em missões individuais e/ou exércitos completos, como Rohan, Gondor, Mordor e Isengard (é possível seguir uma "Campanha do Bem" ou uma "Campanha do Mal"), com todas as nuances e aspectos específicos de cada facção. Batalhões de rohirrim, elfos arqueiros, cavaleiros armados, soldados, Orcs, Uruks, Goblins, fazendas para a geração de recursos, estábulos para produzir cavaleiros, torres de combate, uma meia dúzia mais de construções militares para a construção de um exército. E está tudo lá: a retomada dos rohirrim expulsando as forças de Isengard de Rohan, a defesa de Helm´s Deep com o quase-infinito exército de Saruman sedento por romper a parede da fortaleza, as forças de Gondor sendo atacadas em Osgiliath, a épica batalha de Minas Tirith, tudo lá, permeado por missões rápidas envolvendo os heróis em provações pessoais. A dose de dificuldade é equilibrada (ainda é possível escolher o modo, fácil, normal ou difícil) e, por mais que os exércitos inimigos continuem marchando incansáveis, não perdemos a sensação de controle e evolução das nossas próprias tropas no caminho. Os exércitos evoluem e os levamos adiante por dezenas de missões. Heróis e soldados ganham níveis, equipamentos aprimorados, todos ficam visivelmente mais fortes e capazes de suportar os desafios adiante. A verdade é que é um daqueles jogos que vez ou outra aparecem e não há quase nada que se possa dizer contra. Talvez o grande defeito do jogo - amplamente discutido em fóruns na rede - seja o conjunto de requisitos "mínimos". Apesar do que dizem as informações técnicas, os requisitos passam LONGE de serem mínimos. São máximos. E é preciso ter o Anel do Sauron dentro da CPU para rodar o jogo em alta resolução. Uma máquina poderosa, superando de longe os requisitos mínimos, ainda assim provavelmente precisará deixar o jogo em baixa resolução. Do contrário, a Batalha pela Terra Média fica em câmera lenta. E o grande perigo passa a ser morrer de sono. Isso à parte, o jogo é um tesouro, com nota máxima em replay, ainda que mereça, por pequenas e significantes questões inoportunas, receber um 9.2 no geral. Exepcional, não há a menor dúvida, e vale cada real pago. Diversão garantida. E sempre digo que é isso que importa, no fim das contas.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

FUTURAMA: "BENDER RULEZ"

Existe um milhão de motivos que me fazem idolatrar tudo a respeito do seriado FUTURAMA. A qualidade da animação, as cores vivas, os efeitos 3D, personagens engraçados, texto inteligente e politicamente incorreto (aos extremos!), tosqueiras e insanidades memoráveis, enfim, é uma das mais inspiradas animações dos últimos tempos e, para mim, supera em anos luz "Os Simpsons" (ambos os desenhos são do mesmo criador, o Matt Groening). É o tipo de desenho que faz a gente repetir sem cansar os diálogos loucos, as vozes dos personagens e dar risada das mesmas coisas, sem cansar. Mas, de tudo que há de bom no desenho, uma coisa se destaca: Bender, o maravilhoso e inigualável robô mal caráter, batedor de carteira, alcóolatra, fumante, viciado em jogos, bebida e prostitutas. O sotaque malandro da dublagem brasileira é infinitamente mais engraçado que a voz original em inglês. Vale à pena conferir os episódios só para rir com as falcatruas do Bender e as aventuras loucas que a equipe do Planeta Expresso passam. Imperdível e fundamental em qualquer coleção. Uma pena que só tenha durado 4 temporadas. A audiência americana, definitivamente, não estava pronta (ainda) para esta louca animação que, de fato, parece ter vindo do ano 3000. O que pouco importa. "Futurama" angariou uma legião de fãs que forçaram o lançamento, além dos (benvindos!) episódios em DVD, a produção de longas-metragem para o cinema. Contra os críticos e aqueles que fizeram cara feia para o desenho (levando a FOX a cancelá-lo) o Bender poderia bem dizer: "Eu não preciso de vocês! Vou criar meu próprio desenho animado futurista com álcool e prostitutas!"