sexta-feira, 29 de agosto de 2008

CAPITÃES DESTINATÁRIOS


Percebo, diariamente, o quanto é importante (e decisiva) a sua presença na minha vida. Um furacão em muitos momentos, é verdade; mas um oceano de calmaria em tantos outros. Meu oceano particular, onde navego sem temores, descobrindo ilhas sem nome, fundando impérios de sonhos. Uma onda inquebrantável de transformação, de revolução, que até hoje só me tem levado para frente, para cima, destemidamente. Como o Super-Homem. Para o alto, e avante. Encontrei em você a palavra que andava procurando: destemor. Já não sinto mais (tanto) medo e hoje em dia começo a me desprender da idéia de que "só sou bom em ser jovem". Assim você me fez; mais aguerrido, mais combativo, mais corajoso. Faço escolhas, tomo decisões sem pensar tanto nas conseqüências. Porque você tem me provado que a vida agracia quem arrisca, quem aceita o combate. Qual a necessidade de se planejar tanto, você sempre questiona. Não levamos a vida nas linhas preto e branco de um tabuleiro de xadrez, tampouco queremos isso. Queremos o medo, digo o medo gostoso, o frio na barriga, a aventura. Visto minha clássica camiseta com armas de pirata todas as vezes que pressinto uma aventura ao seu lado, num sábado ou domingo qualquer. E sempre acerto. Porque você me leva na carona da sua aventura como quem doma um cometa; uma aventura de conquistas e realizações, pequenas e grandiosas, banais e tremendamente ambiciosas, como se gritássemos do topo do mundo que nada é suficientemente capaz de nos segurar. Não há obstáculos, não há empecilhos. Há a nossa vontade. A determinação de fazer aquilo que queremos, honestamente, vivendo o sonho possível enquanto transformamos o impossível com mãos de quem faz alquimia. Vivemos numa cidade sem muros. E assim vamos vivendo, "como príncipe e princesa", ainda que quase sempre como "dama e vagabundo", no nosso conto de fadas pessoal em que alternamos os papéis para manter eternamente aquecida a história. É que estamos envelhecendo juntos. Fomos cunhados na moeda do tempo, metade e metade, destemidos capitães destinatários.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

A LINHA FINAL


E, um dia, quando chegarmos juntos a linha final, teremos ainda mais uma etapa para vivermos. A mais importante. De vivermos a eternidade e de nela voarmos. Por que seremos pássaros.

ESCARLATE COMPANHIA


Sim, quero ser cronista, arauto, protagonista dessa história. E fico inspirado quando também te vejo assumindo esse papel, ou melhor, dividindo-o comigo. Por isso quero todas as nossas fotos, pedacinhos de papel, ingressos de cinema, colares havaianos, peças de roupa, presentes de pequena e grande importância, músicas, filmes. Esses pequenos tesouros. A prova de "que é para sempre". Tudo se une, todas as idéias; e nessa louca e colorida amálgama, quase caleidoscópica, é que vamos vendo nossa história se formar, se transformar e se revolucionar com os anos que vão passando pela janela do trem. E constatamos: sim, amor, sim, estamos envelhecendo juntos. Esta noite, nesta morna noite como tantas que dormimos na companhia um do outro, uma estrela parece sorrir do alto, para mim. E talvez esteja lá o nosso principezinho, em seu papel de jardineiro estelar, me lembrando de que tudo nesta vida, neste mundo, pode passar. E passa. Mas que você, minha princesa exilada, minha rainha distante, minha Rosa, você fica. E onde eu estiver, seja em que chão, cidade, país ou planeta, estarei sempre olhando para o céu, revolvendo estrelas com a força de pensamentos honestos, contando segundos para roubar carona nas caudas de pássaros imigrantes que me levem, sempre, para o calor escarlate e encantado da tua companhia.

TORNANDO O IMPOSSÍVEL(?) POSSÍVEL


Talvez

(Pablo Neruda)


Talvez não ser,
é ser sem que tu sejas,
sem que vás cortando
o meio dia com uma
flor azul,
sem que caminhes mais tarde
pela névoa e pelos tijolos,
sem essa luz que levas na mão
que, talvez, outros não verão dourada,
que talvez ninguém soube que crescia
como a origem vermelha da rosa,
sem que sejas, enfim,
sem que viesses brusca, incitante
conhecer a minha vida,
rajada de roseira,
trigo do vento,
E desde então, sou porque tu és
E desde então é sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos...

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

E MESMO QUE DÊ TUDO ERRADO


E mesmo que nada disso dê certo e tudo se acabe na mesma velocidade em que começou; e mesmo que nada mais que te digo signifique alguma coisa e que as minhas palavras percam o sentido por completo; mesmo que você não consiga mais enxergar e acreditar na verdade em meus olhos, e que eu perca o jeito para te fazer rir ou te comover, haverá sempre algo que poderei dizer, enquanto houver o tempo, nesta nossa jornada sem medo de sonhar, na nossa capacidade inequívoca de nos renovarmos todos os dias, eis que me apaixono por você novamente a cada manhã que acordo ao teu lado: Eu pertenço a você.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

MINHAS CONSTELAÇÕES SEM NOME


As três-marias da tua barriga alva me roubam noites e dias, como terroristas, seqüestrando pensamentos inocentes e os convertendo sem esforço em desejos vorazes; mesmo quando sequer as havia conhecido. Veja a força do pensamento. Eu, eterno astrônomo de araque, entretido com meu telescópio de pensamentos; cartógrafo e navegante incansável do teu corpo, calculando a distância entre sardas, marcas, sinais e cicatrizes; quero-as todas, estas que são minhas constelações sem nome.

O LAMENTO DA BORBOLETA


Descobri, sem muita demora, que você é uma borboleta. Isso, uma Borboleta. E pelo menos até hoje, a minha Borboleta. Mas uma especial, vermelha, misteriosa, inquieta, impaciente, que quer polenizar todas as flores, e voar por cada centímetro do jardim, e voltar, e pousar, e voar de novo, sempre com o desesperado desejo de ir embora. Uma Borboleta especial, porque nunca foi lagarta, porque nunca foi feia, porque nunca foi incompleta. Uma borboleta perfeita, uma perfeita Borboleta, na sua arte de me encantar, quando te vejo à minha janela ensolarada, ou nos teus pedidos velados de ajuda, sob minha janela chuvosa. E eu estou sempre ali para estender a mão e te cuidar delicadamente ou para que você simplesmente pouse nela para eu te admirar antes que você alce vôo novamente. Mas eis que você é a minha Borboleta, no seu lamento de "ser borboleta e não passarinho". Uma borboleta que se angustia em não ser passarinho, de não voar mais alto. Uma borboleta determinada em ser passarinho. E que acaba conseguindo. E conseguindo ser passarinho, passa a sonhar ser avião. Para então querer ser foguete e, quem sabe um dia, cometa. Para quando for cometa, querer ser estrela. E a Borboleta, neste sonho épico de se tornar estrela, já não enxerga seu jardim de cores e possibilidades, os bichinhos com quem ela pode conversar, as pedrinhas, as folhas, as flores, o vento. Um jardim-universo que parece pequeno demais para a Borboleta inquieta que olha para o alto na sua busca determinada de se transformar em estrela. Meu amor, a mais linda Borboleta. A que nunca foi lagarta, a que eu quero colorindo meu jardim, meu dia, minha vida. Meu passarinho, meu avião meu avião destino, meu cometa de Pequeno Príncipe, meu planeta, meu país, minha estrela da sorte. Estou sempre sorrindo para você, da minha janela, e com a ponta do dedo estendida para que você venha pousar nela, para eu te cuidar um pouquinho e te perguntar, cheio de curiosidade: "por onde você andou, minha amada Borboletinha? O que andou aprontando?". Deus sorri do alto para você, tenho certeza; um sorriso gostoso, de quem pensa "ah... essa Borboletinha, tão inquieta, que quer ser estrela". Não menospreze o teu poder mágico de transformação e revolução, porque tal como a Borboleta que você é, que nunca foi lagarta, teu vôo perfeito já te permite voar estrelas e continentes, basta acalmar este coração vermelho, pulsante, de borboleta impaciente; porque tudo, por mais longe que esteja, virá em marcha cuidadosa, ao recanto dos teus pés, das tuas asas. E tudo, um dia, será teu.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

MÚSICA PARA TRANSCENDER O UNIVERSO


"Across the universe", celebrado filme cult de Julie Taymor, pode ser guardado com os melhores CDs da estante ou, mesmo, pendurado na parede, como arte. Arte pop, psicodélica e absolutamente clássica. A história, simples e sem rodeios, fala de um rapaz britânico pobre chamado Jude, que parte para os Estados Unidos em busca de enterrar (ou desenterrar) fantasmas do passado. No percurso, conhece Lucy, por quem se apaixona perdidamente, e se vê no meio de um país em ebulição social e cultural: final dos anos 60, começo dos anos 70. O país se encontra consumido nas lutas pela igualdade racial e o pacifismo pelo fim da guerra do Vietnã. Os hippies estão lá, pregando o amor livre, a psicodelia, as viagens astrais e os alucinógenos enquanto são tolhidos pelo estado repressor, com a polícia nas ruas, contendo a desesperada busca pela liberdade. Esse é o cenário (em si rico e repleto de detalhes) que conta uma história de amor. O trunfo desse raro filme, porém, é que ele praticamente é inteiro narrado por mais de 30 músicas inesquecíveis dos Beatles. Canções eternas, que não pertencem a nenhum tempo ou geração, pelo contrário: pertencem ao próprio tempo, ao espaço, à atemporalidade e por isso são perfeitas para contar a história de um filme que se propõe "cruzar o universo". Poucas expressões humanas são capazes de atravessar o universo e a música dos Beatles, definitivamente, consegue. São músicas dos nossos pais, certamente, mas que nos pegamos cantarolando intuitiva e espontaneamente ao percebê-las no filme. Músicas que conhecemos sem saber que conhecíamos e que nos surpreendem, tocando o corpo, a alma e o coração, em sintonia com imagens que parecem ora recortadas, ora filmadas, ora pintadas, numa explosão sem par de originalidade. Esse é um filme único, portador de uma mensagem que os próprios Beatles já nos pregaram há tanto tempo e que será sempre uma verdade inquestionável: é só do amor que precisamos. . .

Música que atravessa o universo, sem a menor dúvida.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

SAUDADES DE UMA DELICIOSA PREGUIÇA


Foi-se embora, para Maracangalha ou qualquer outro lugar, de descanso, sombra e barulho de mar. Algum lugar com rede esticada e mulheres bonitas que dançam, usando saias rodadas e flores na cabeça. Dorival Caymmi deixa sua marca, como um grande baiano e brasileiro, pai inegável da mais deliciosa preguiça que todos nós, filhos gratos e ingratos daquela terra linda, carregamos em nosso DNA. Esse vai, com certeza, direto para os braços de Iemanjá ou para os anjos. Ou, provavelmente, para ambos.
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domingo, 17 de agosto de 2008

SOLITÁRIA LUTA DIÁRIA


Os estrategistas de plantão, profissionais ou não, costumam definir a depressão que se sente na guerra como uma questão de "moral". O baixo moral das tropas implica diretamente numa queda do rendimento na tática, na agressividade, nos resultados em campo. Não acho que se trate de uma questão de "moral", baixo ou alto. É inerente ao ser humano mais perfeito o cansaço, a hesitação, o medo, a insegurança, o desânimo. Não porque não somos capazes ou não agüentamos o tranco, mas porque, simplesmente, às vezes a batalha é dura demais e decidimos ceder um pouco; e nos sentar, com as mãos que, trêmulas, enxugam o suor que pende do rosto. Olhamos o chão que há pela frente a ser vencido e pensamos honestamente em desistir. Não por uma questão de fraqueza mas porque é da nossa alma imperfeita olhar para a nossa vida e pararmos alguns instantes para refletir sobre tudo aquilo que está errado e que nos põe para baixo. É um sentimento de inconformação, de impotência, de fragilidade; somos reféns de realidades que gostaríamos de moldar de outras maneiras, modificá-las, torná-las mais justas. É da injustiça que falo; a idéia de que as coisas poderiam ser mais amenas, não por comodidade ou preguiça, mas porque não é mais sensato quando dois homens carregam juntos mesmo uma folha de papel? Sabedoria chinesa, ou coisa assim, que nunca tem muita utilidade prática mas que faz pensar. Acho que me dou, fez ou outra, o direito de olhar o caos e o cosmos que me rodeiam como se estivesse, sozinho, do topo de uma montanha. E apontar para tudo e todos abaixo e dizer tudo aquilo que penso, reclamar, espernear, mesmo, como se só assim o mundo pudesse acordar. Não espero muito das pessoas, além do óbvio. Prefiro me surpreender, sempre. Mas adoro trair as convencionalidades num acordo pessoal - comigo mesmo - de simplesmente agir como se eu não soubesse das "regras". Porque canso do uniforme, das obrigações, às vezes. Porque só quem luta a batalha sabe do esforço, da dor, da provação. E do cansaço. Só quem luta sabe. Essa luta, sempre - e tão injustamente - solitária.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

"MR. M." MAKING MAGIC


Como gosto de dizer sempre, enquanto não chega um CD inédito no mercado, recheado de devaneios existencialistas sobre a certeza disfarçada que não estamos ficando nenhum ano mais novos e que a vida e os relacionamentos amorosos andam cada vez mais complicados, vale a pena conferir o sr. M. fazendo mágica, mais uma vez, no CD e DVD "Where the light is", com o recente show do John Mayer em Los Angeles.
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HERÓIS COMO ARTE


Os nossos heróis, eternos, vivos, mortos, reais, fantasiosos, de desenho, música, livro, filme, não importa. A gente os carrega no coração, ao longo da vida. Mas porque não também na parede, perto dos olhos, como arte?

terça-feira, 12 de agosto de 2008

THAT´S WHY THEY CALL IT THE BLUES


Repentinamente é como se a gente fosse acometido por uma tristeza sem explicação (aparente). Uma coisa de humor, mesmo, de inconstância; da humana instabilidade. Algo de depressão e melancolia urbana, devaneios de janela, medos, incertezas e frustrações sobre a vida. Reflexão e meditação sobre a existência, pura e simplesmente. É como se ficássemos meio líquidos, menos sólidos, mais vulneráveis. É como se a guarda baixasse, uma brecha fosse exposta e capitulássemos a algo que sequer conseguimos visualizar claramente. Algo inconsciente, talvez. Mas às vezes falta disposição para a desconstrução da dor. Então ficamos ali, num canto qualquer, meio inertes, com o corte semi-aberto, descoberto, latejando com pensamentos desconexos ou mesmo sem pensamento algum. Um quarto em branco, sem portas nem janelas. Não é essa a sensação? Ficamos parados, à espera da cicatrização de uma abertura que parece não se poder cerzir, na esperança que a chuva que corre em nós passe, também repentinamente, porque assim é a chuva: vem, molha e some. Alimentamos a esperança de que tudo está e ficará bem e seguimos o caminho, "fazendo o que deve ser feito"; as obrigações rotineiras não nos permitem o luxo da alegria ou da tristeza. O luxo da inconstância. Somos soldados mandados dessa estrutura que dependemos e que também depende de nosso serviço. Ou, pelo menos, de nossa disposição. Portanto, em um desses dias de tristeza, em um desses "dias azuis", encontrar o eixo para essa disposição é que se torna algo difícil, um trabalho árduo de equilíbrio sobre cordas invisíveis, que parecem tremer sob os pés, enquanto caminhamos; sem vara, sem rede. Apenas a determinação de fazer o que deve ser feito para, quem sabe, quando menos percebermos, tudo voltar a estar bem. Mas não sei ao certo nada disso; não é uma ciência exata, essas coisas de alma. Não há uma fórmula. Talvez seja algo de fé, mesmo, essa esperança inabalável que diante da angústia sempre aponta a paz de espírito. Porque dizem que "o momento mais escuro da noite é justamente o que antecede a luz da manhã" e que "somos mais fortes quando mais estamos fracos". Deveria ser tudo tão mais simples.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

NA NATUREZA SELVAGEM(?)


Uma destas notícias interessantes (e porque não poéticas) que surgem vez ou outra, nesse mundo de explosões, violência e cataclismas. Um morador de Manitoba (Baía Hudson/Canadá) andava calmamente no seu trenó puxado por cães. No meio do caminho, repentinamente, surge um urso polar (foto acima). O homem se afasta e pega a sua câmera para registrar a "tragédia" que iria acontecer ali. Ora, o que esperar de um urso polar, selvagem, faminto e irracional? Ainda mais diante de uma matilha de cães praticamente indefesos? Uma carnificina, naturalmente. Mas essa tragédia anunciada teve um final bem diferente do imaginado. E, como sempre, a sabedoria da natureza surpreende e ensina (mais) uma lição de paz, tolerância e amor. Se ao menos a gente conseguisse aprender alguma coisa...
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quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O AGENTE DO CAOS


Não há a menor dúvida que o filme "Batman - The Dark Knight" pertence, de fato e direito, ao ator (infelizmente falecido) Heath Ledger. Isso já caíu no campo do óbvio. Sua interpretação do Coringa, psicótico e grotesco, como uma espécie de homem-sapo insandecido merece todos os elogios e homenagens, sem exageiros, naturalmente. O sorriso de palhaço que marcou Jack Nicholson na década de 80 cede lugar a uma horrenda cicatriz que lhe corta o rosto de orelha a orelha. Um "sorriso obrigatório" que, como bom comediante, ele cobra do mundo; que riam de sua piada, seja ela qual for. Uma piada do medo, a única coisa capaz de mudar um homem. Batman é mero coadjuvante neste filme que leva o seu nome mas que bem poderia ser "The Joker". O Coringa de Heath Ledger é um idealista de não-ideais, um anarquista e um terrorista, alguém que apenas quer ver o mundo de ponta cabeça; na melhor definição (própria) "um agente do caos", que quer gargalhar em torno das convenções e certezas jogadas numa pira, como Nero. "Por que tão sério?". Subverter a realidade, virar tudo ao avesso, destruir o limite entre o certo e o errado. É exatamente o que ele é e justamente por isso se torna um inimigo invencível, porque no campo da retórica não há como lhe contra-argumentar. É o único que consegue calar ao Batman que, diante de sua enigmática e aterrorizante figura, é um ser inerte. "Faremos isso para sempre", diz o Coringa em um dos melhores diálogos do filme; "o que acontece quando uma força incontrolável encontra uma obstáculo intransponível?", assim ele define o palco que certamente é pequeno demais para ambos. Não há herói e não há vilão, nesse jogo de dois mascarados, já há muito tempo perdidos no labirinto sem saída das suas próprias sombras. De todos, o mais sombrio e o mais poético dos filmes do Batman. E, provavelmente, também o melhor.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

CIDADÃOS COMUNS


Quero crer; continuar crendo que meus heróis não estão mortos; que eles estão por aí, escondidos, disfarçados, camuflados, em algum lugar. Nos dias em que a vida se mostra meio em preto-e-branco gosto de imaginar que meus heróis ainda protegem as esquinas, com suas capas coloridas ao vento, e que posso sonhar que tudo é e pode ser melhor do que parece ser. Quero acreditar que meus heróis estão vivos, que zelam pelos meus pensamentos mais inocentes; e que, inocentemente, eu continue crendo que um belo dia poderei encontrá-los, ao final do meu dia mais cansativo, pegando um ônibus ou um metrô como cidadãos comuns. Como eu.