quarta-feira, 26 de novembro de 2008

ATUAL E ASSUSTADOR. SEMPRE.


É impressionante como "O silêncio dos inocentes" (Silence of the lambs) é sempre tão atual e assustador, todas as vezes o assisto. Por mais que a história já esteja decorada do primeiro ao último minuto, com a costura afiada das entrelinhas e pequenas surpresas, o olhar frio e magnético de Hannibal Lecter, interpretado com maestria por Anthony Hopkins, por detrás da parede de vidro, ainda é absolutamente aterrorizante. Muito já se fez, depois do sucesso do filme - que mereceu cada um dos seus cinco Oscars (melhor ator, melhor atriz, melhor diretor, melhor roteiro adaptado e melhor filme), mas pouco se conseguiu. Aquele frio na espinha, o corpo contraído de tensão, a incerteza angustiante sobre o que irá acontecer no próximo segundo. O filme comunica isso aos expectadores. Considero como uma história completa em si e não parte de uma trilogia (ou quadrilogia, sei lá). Assisti os dois filmes seguintes (fracos e gratuitos) e não tive chance de ver o filme mais recente, sobre a juventude de Lecter. Mas algo me diz que é mais um desnecessário prolongamento de algo que já havia sido encerrado, desde o começo. "O silêncio dos inocentes" é uma miríade de coisas, sensações, imagens, estilos. É drama, terror, policial. Transborda tensão, sarcasmo, perigo. Denuncia fragilidade, complexidade e imperfeição. Questiona nossas formas, métodos e padrões. Uma bola de demolição nas nossas estruturas de segurança que, por fim, deixa-nos em silêncio. Como cordeiros.

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