segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

SOBRE O RELÓGIO QUE CORRE AO CONTRÁRIO

Nenhum filme, além de "Lost in Translation" me deixou tão reflexivo, tão sem palavras, quanto "O Curioso Caso de Benjamin Button", baseado em um conto homônimo escrito em 1920 por F. Scott Fitzgerald. Ao ler críticas que qualificavam este como "um dos mais importantes filmes da história do cinema", fiquei semi-incrédulo (tenho um fraco por - boas - críticas) mas imensamente intrigado ao ponto de correr para o cinema já na estréia. E realmente não sei o quão hiperbólica - ou não - é essa qualificação "um dos mais importantes filmes da história". O que sei é que o filme é um tesouro precioso, uma costura perfeita de atuações, direçãom, fotografia, roteiro, efeitos especiais, trilha, sensações, drama, amor, humor. "O Curioso Caso de Benjamin Button" brinca com nossas idéias mais profundas, mais escondidas, sem nos impedir de rir e chorar. Ao tratar na tela a história de um homem que rejuvenesce enquanto todos os outros vão na direção oposta - e natural - vemos ali, desnudas, escancaradas, sem nenhum pudor, nossas fantasias secretas de parar ou voltar no tempo; nossos medos desesperados de termos que um dia dizer adeus para tudo. "É uma pena que não irá durar", diz Brad Pitt, que faz a melhor atuação da sua carreira. Eu poderia falar sobre horas e horas a respeito de como é singular esse filme, como história contada e como arte. Mas ainda agora me faltam palavras, ao passo que transbordam sentimentos e pensamentos. "O Curioso Caso de Benjamin Button" é uma caixa mágica e delicada, que comporta uma infinidade de idéias e homenagens. Uma jóia. Um filme já clássico, já eterno, já marco. Incomparável, inesquecível.

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