quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

UM MONSTRO PERSEGUINDO A KOMBI AMARELA...

"O Hospedeiro" ("Gwoemul"/"The Host" - 2006) é um filme excelente. Surpreendente. E entendi, perfeitamente, o porquê de tamanha discussão em torno desse filme que tinha tudo para passar despercebido: a) ninguém dá muita bola a filmes de monstro, geralmente; b) qual foi o último filme sul-coreano que assistimos ultimamente? Então, quem diria que um filme COREANO e de MONSTRO poderia fazer tanto sucesso, sendo a maior bilheteria de todos os tempos na Coréia do Sul e um sucesso estrondoso no ocidente? Preconceitos e prejulgamentos à parte, essa resposta é muito fácil: é um ótimo filme. "O hospedeiro" consegue ser um filme de terror muito original, que não abusa da sanguinolência - pelo contrário, sua tensão é muito mais pelo clima do que pelas imagens -, tem um elenco sólido, é bem editado, a fotografia é agradável, a trilha não deixa a desejar, os efeitos especiais são de primeira categoria e a história equilibra com facilidade o humor, o medo e a crítica. A sinopse não é a mais original: cientistas americanos, sediados numa base militar na Coréia, despejam conteúdos químicos irresponsavelmente no Rio Han. Moral da história? O descuido resulta numa mutação genética do tamanho de um caminhão cegonha, que vai à superfície para se alimentar vorazmente de nós, pobres humanos. No meio dessa confusão está uma família pobre, fragmentada, cheia de problemas, mas esperançosa por dias melhores. Quando a pequenina da família é capturada pelo monstro, seus parentes decidem se unir para procurá-la. Enquanto isso, os governos e os militares disparam a informação de possível epidemia, que gera pânico na população. Assim, é um ótimo filme de monstro, com dura crítica à manipulação política, mas que oferece uma roupagem familiar bem original, que se sobrepõe a tudo isso. É como se surgisse um monstro gigantesco perseguindo a kombi amarela da "Pequena Miss Sunshine". Eis a qualidade de "O hospedeiro", que faz desse um filme original e que merece ser visto.

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