quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A NORA DOS SONHOS (?)


"My sassy girl" (Ironias do Amor) é um daqueles filmes que poucas pessoas darão muita bola. Nem chegou ao cinema (foi lançado diretamente em DVD), não possui um elenco estelar e é uma refilmagem de um filme sul coreano. Bom, eu tenho uma queda por este tipo de filme, meio "underdog" e "Sassy" é justamente aquele filminho bobo, sem pretensão, que a gente acaba pegando por acaso na TV e nem percebe que estamos vendo até o final, para ver no que dá. É um filme bobo, sim, recheado de deliciosos clichês e roteiro inocente (mesmo a refilmagem possui um intenso tempero da inocência oriental); mas é um filme delicioso, adorável e que recomendo a qualquer pessoa de bem que deseje assistir a algo banal mas que faz sorrir. Isso define "Sassy Girl":  um filme banal, que faz sorrir e pode até emocionar. Tudo depende do humor de quem vê. O filme narra a história de Charlie (interpretado por Jesse Bradford), um rapaz do campo que vai para a cidade grande em busca de realizar conquistas profissionais idealizadas pelos seus pais. Num acaso do destino, ele esbarra em Jordan (Elisha Cuthbert), uma menina rica e avoada, mas marcada por uma grande melancolia que não revela a ninguém. Ou pelo menos tenta não revelar. Jordan é uma mistura de Claire (de "Elizabethtown") e Sarah (de "Serendipity"), uma menina linda, encantadora e cheia de personalidade. Ela, que é destemida e cheia de vitalidade, é o oposto de seu par, Charlie, um rapaz quieto de poucas ambições. Os dois, juntos, formam um estranho casal que por alguma razão - que só vamos entender ao final - não consegue ficar junto. Jordan provoca Charlie e leva-o aos extremos da raiva e da paixão. E desaparece, como um sonho. Mas ela tem seus motivos que, estranhos ou justificados, compreendemos eventualmente. O filme possui direção elegante, bela fotografia e trilha sonora e se passa em Nova York, como toda boa comédia romântica. Meu momento preferido do filme é a cena no parque, em que Jordan pede a Charlie para andar até outro extremo para verificar se ele consegue ouvi-la; único momento em que ela consegue dizer a ele parte do turbilhão de emoções que ela sente. Como ele não pode ouvi-la, a cena possui um aspecto muito doce, eloquente e comovente. Elisha Cuthbert, que todos conhecem como a filha de Jack Bauer na séria "24h", na verdade, está muito bem neste papel, que seria perfeito para Kirsten Dunst há alguns anos. "Ironias do Amor" é um filme delicado, pequenino e que não recebeu nenhum grande mérito ou elogio (as críticas, aliás, não são boas). Mas garanto que dará boas surpresas a quem lhe der alguma chance. Recomendo.

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