terça-feira, 23 de julho de 2013

AMOR COM COMEÇO, MEIO E...

Um filme delicioso [dolorosamente delicioso], com cheiro de maresia, azeite, tomates frescos. Com sensação de coisa antiga, de lembrança, de saudade. Um filme pequenino, que é arte pura, que é quase perfeito; que nem sei se é filme. Isso é "Antes da Meia-Noite" (Before Midnight), terceiro filme de Richard Dinklater sobre a história de amor de Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Delpy) que, muitos anos atrás, apaixonaram-se perdidamente. 

A crise também chega para almas tão gêmeas como Jesse e Celine...

Hoje, os dois estão em plenos 40, e com todas as dificuldades e angústias que chegam com a crise de meia idade - e do casamento-, e já não tem mais tanta certeza de nada. Parecem ter perdido o romance, o mistério, a magia, o encanto. Perderam-se em algum lugar do passado, tornaram-se comuns, adultos, chatos. A vida passou a orbitar as preocupações diárias, a educação dos filhos, os projetos frustrados e, também Jesse e Celine já nem tem certeza se querem mais estar juntos.

Este filme é quase inteiramente um diálogo. Sem muitos artifícios, sem muita música nem belas paisagens (apesar de se passar na Grécia). Jesse e Celine estão no baixo Peloponeso, cercados de ruínas e oliveiras e, durante um almoço inocente, se veem na companhia de casais em todas as etapas: jovens apaixonados, um marido e uma mulher e dois viúvos. O amor com começo meio e fim. E isso é um gatilho para uma longa - e difícil - catarse. Uma jornada que eles precisam atravessar juntos. 

E é só o que eu vou dizer.

É que não dá para falar muito sobre "Antes da Meia-Noite". É um filme lindo, perfeito, OBRIGATÓRIO para todos que se encantaram com os outros filmes que compõem esta "trilogia". Honestamente? Espero por mais um daqui a... 10 anos. E outro em 20, 30, 40. O que posso dizer é que tive a sensação de que este filme durou 5 minutos. Como tudo que é bom.

E que passa.

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