quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O LIVRO PELA CAPA


É muito fácil ignorar uma pessoa na rua, principalmente se ela não se 'enquadra' no padrão daquilo que gostamos de ver; mas fica difícil ignorar um urso adorável distribuindo abraços a estranhos. Propaganda maravilhosa que provoca uma reflexão profunda sobre os nossos hábitos. 

UM LUGAR DE VERÕES INVENCÍVEIS


E então eu descobri esse lugar; que eu serei eternamente grato por um dia ter pisado ali. Fernando de Noronha está além da imagem e da palavra, é um estado de espírito, flutuante, abstrato, de paisagens etéreas, secretas, sem nacionalidade. Um refúgio, um esconderijo, um lugar que eu nunca esquecerei. Música para acompanhar: "Summber begs", da Sarah Jaffe. PS: fotografias feitas por mim mesmo.










quarta-feira, 29 de outubro de 2014

terça-feira, 28 de outubro de 2014

QUANDO UMA GIF DIZ TUDO

Minha reação ao experimentar o picolé mexicano, nesse calor, pela primeira vez...





NEM TODOS ESTÃO


Eu confesso que perdi o paladar para filmes românticos; não tenho mais paciência; aquilo lá não me atinge mais. Talvez eu tenha ficado amargo demais - ou os acontecimentos da vida tenham me levado a isso. Não sei. 

O fato é que, há algum tempo, algo em mim se perdeu e a verdade é  que eu também não me dei o trabalho de buscar de volta. Um último bastião de inocência simplesmente morreu. Não me tornei avesso ou alheio ao romance, porém, mind you. Ainda bate um coração no meu peito gelado de lata. 

Apenas mudei a frequência, ajustei a sintonia. Passei a enxergar o amor sem os filtros do Instagram; o amor possível, o que existe, real, despido de toneladas de expectativas, exigências, arbitrariedades. O amor sem fascismo, que se permite respirar, ser falho, ser imperfeito, sem conto de fadas. O amor que é cúmplice, que equilibra desejo, aventura e as contas que chegam no final do mês. Como parte deste caos que é viver.

E, ainda que haja uma melancolia em abrir mão dessa forma de enxergar as coisas, há também um sentimento tão libertador, como voltar à superfície após um longo mergulho. Como Alice, tomando o remédio. "Agora eu vejo", portanto, "agora eu sinto".

Essa reflexão superficial, metida à filosofia de bar, é apenas fruto da minha relação recente com filmes que antes eu guardava como partes preciosas de mim. E que os vejo perdidos, cada vez que tento revê-los. Me vejo em estado de luto ao tentar acompanhar essas histórias que um dia representaram tanto; funerais sequenciais, faço eu, todas vezes. Chega a ser ritualístico; respiro fundo e me pergunto: 'será que este sobrevive?'. A resposta, quase sempre, é 'não'

Mas eis que o Netflix arremessa 'Serendipity' desavergonhadamente na minha cara. Nem tive a chance de acompanhar a trajetória; ele simplesmente estava lá, escancarado, me obrigando a apertar play. O último filme que faltava, aquele que eu resiti corajosamente em rever; eu simplesmente não queria ter que enterrar 'Serendipity', seria triste demais. 

A boa notícia é que ele sobreviveu. E ainda que o romance entre Sarah e Jonathan não me comova mais, necessariamente, percebi que a narrativa ainda me seduz. E que, mesmo embreado no miasma da minha amargura relacionada ao amor idealizado, ainda me pego torcendo por eles; e ainda sinto um esboço de engasgo sufocado na garganta, quando John percebe o nome e o telefone da Sarah na cópia de "O Amor nos Tempos do Cólera"

Nem tudo está perdido, afinal.

ILUSTRANDO

As fotografias de James Chororos (via Zupi)




segunda-feira, 27 de outubro de 2014

NÓS


"Nós somos tóxicos, você e eu", ela disse da janela, os olhos perdidos no horizonte, os seios expostos, o cigarro queimando preguiçosamente na mão, a calcinha de estampa camuflada que ele gostava, "e ficamos viciados um no outro".

Suspirou, de olhos fechados.

Ele ficou ali, mergulhado nos lençóis desfeitos, daquela noite insone, olhando a mulher na janela. Traçando com os olhos o contorno do cabelo bagunçado, aquela selva vermelha, selvagem, dançando no vento tímido como flâmulas de um campo de batalha recente. A pele branca, salpicada de sardas feito constelações caóticas, os seios nus, pequeninos como dois pêssegos, o pelo dourado cobrindo o corpo magro, as pernas longas, os pés delicados, de bailarina. 

"Você tem razão", disse, por fim. 

Silêncio. Alguém ouvindo música não muito longe dali, barulho de pássaro, de rua, de conversa fiada. Ele acomodou os braços atrás da cabeça, os olhos fechados, voando em pensamentos curtos, sentindo a areia do sono vindo visitá-lo, tornando suas ideias desconexas, abrindo caminho para os sonhos. 

Sentiu o corpo dela, morno, ajeitando-se próximo do seu, encaixando-se como ela sempre fazia, aninhando a cintura na sua, enlaçando as pernas feito trança, trancando-se como chave e fechadura. Abraçou a mulher, ouvindo a sua respiração profunda. Correu os dedos, leves, aéreos, por sua cintura, barriga, pescoço; beijou o seu rosto, escondendo-se na floresta vermelha que tapava o seu rosto como uma máscara. Respiravam juntos, suspiravam juntos. 

Conspiravam.

Havia algo mágico, doce, no amor e na melancolia que eles partilhavam naquela manhã inebriada por beijos, cansaço, sexo e conversas que não chegavam a lugar algum. Amavam-se, muito, perdidamente, isso era fato. Mas havia algo nocivo que, com igual força, os magnetizavam. Amarrados por nós, mãos, pés, olhos, mentes, corpos, almas.

Adormeceram novamente, mergulhados naquela cama desfeita, onde haviam travado combate; os panos cobertos de evidências, de cheiros, de marcas. As roupas espalhadas pelo chão, ela vestindo a sua camisa para se proteger do frio, ele com as mãos escondidas entre as suas pernas, um quebra-cabeças feito por dois corpos que não queriam se soltar. 

"O que fazemos?", ela sussurou. "Para onde a gente vai daqui".

Um carro cruzou a esquina. Havia domingo demais naquele domingo.

"Eu não tenho a menor ideia", respondeu. Ela voltou a fechar os olhos, buscando as mãos dele, abraçaram-se mais forte. Ela não conseguia disfarçar as lágrimas; ele notou o movimento no seu abdômem, a respiração curta; fez carinhos no seu cabelo, costas, correndo a mão pela pele branca, os pelos arrepiados como um campo de grama selvagem; vê-la chorar era como um soco em seu estômago. Beijou seu ombro, sentindo toda a dor do mundo. A vida tem dessas perguntas sem respostas, becos sem saída, escolhas difíceis demais. Ele, ela. 

"Nós somos tão cheios de nós", ela suspirou, por fim, buscando a sua boca mais uma vez. 

PARA VER E OUVIR: WOLF LARSEN ("KITCHEN DOOR")

PARA VER E OUVIR: TUNNEL ("THE BRONZE MEDAL")

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A MINHA OPINIÃO SOBRE A RENEE ZELLWEGER

A atriz Renee Zellweger 'chocou' o mundo ao aparecer - depois de um longo hiato - com um rosto muito diferente do que estávamos acostumados. A internet foi tomada por assalto e, de repente, não se falava mais em outra coisa. Na minha honesta e sincera opinião, ela continua belíssima nos seus mais de 40 anos de idade e, apesar de eu também não 'enxergar' mais a Renee Zellweger com a qual eu estava acostumado, quem se importa? Se é a idade, se são plásticas, se é algum vício, se alegria ou tristeza, pouco importa. 

A verdade é que vida é dura demais com as mulheres - engraçado é que grande parte do mundo 'chocado' é constituído por mulheres (todas elas igualmente reféns de uma indústria venenosa que 'obriga' as mulheres a viver sob um padrão caudilho de beleza, cor, forma, peso). 

Nunca foi isso que me atraiu em todas as mulheres pelas quais me apaixonei ou me senti atraído - mesmo que muitas delas fossem bonitas. Para mim não é o que importa; é o que está dentro, é a companhia, é a beleza que não se enxerga. Humor, inteligência, bondade. O que está ao redor é uma embalagem, o que está no interior é o que fica, que sobrevive o tempo. 

Minha reflexão se resume a: mulheres, eu me recuso a acreditar que só eu pense assim.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

PAGE NOT FOUND


Perfeito (na teoria) - se isso pudesse realmente existir. Mas concordo 101%.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

GIFS DA DEPRESSÃO

O clima nos últimos tempos... 

Num abiente com ar-condicionado:

Na rua:

terça-feira, 14 de outubro de 2014

ÓBVIO PENETRANTE

Esbarrei numa reflexão completamente aleatória hoje:

"Houve um dia, quando você era criança, em que seu pai ou sua mãe te colocaram no chão e nunca mais te pegaram de volta no colo".

Impressionante como uma reflexão tão óbvia (e natural) pode ser tão penetrante. Me deixou pensativo.

The feels...

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

"TUCK ME IN"



A genialidade de contar uma história (aterrorizante) em apenas 60 segundos.

TRAILER ANIMADO (NÃO OFICIAL) DA 5a TEMPORADA DE GAME OF THRONES



Maravilhosa animação (feita por fãs). De arrepiar!