sábado, 30 de janeiro de 2016

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

"EU TAMBÉM..."


Sentaram-se sob a sombra de uma árvore, um de frente para o outro, enamorados, cercados por aquele clima incerto; meio calor, meio chuva, meio vento, meio frio. Dividiam um sorvete vermelho, com bocas que se encontravam no caminho e se provavam, geladas, desejosas, rindo sem motivo.

Ficaram ali, por um tempo breve, sem dizer muita coisa, olhando-se, sorrindo. Uma pequena gota, mais audaciosa, começou a descer pela mão dela. Ele então passou a língua com cuidado no caminho traçado, vermelho, quase chegando no seu pulso. 

Olhavam-se, suspiravam, conspiravam.

Ela enrolou os braços no seu pescoço, ele escondeu as duas mãos nas suas pernas, sentindo a pele morna, arrepiada, escondida sob o pano delicado da sua saia. Procurou o meio das suas pernas, facilmente ao alcance das pontas dos seus dedos. 

Ela deu um suspiro curto, de surpresa. 

"Meus dedos sentem frio", ele disse, sentindo a umidade da sua amada e escondendo o seu rosto naquela selva castanha, que cobriu e envolveu a sua cabeça como um véu. Sentia o seu cheiro, a sua respiração, trocaram beijos com gosto de sorvete vermelho, lábios que se mordiam e se entrelaçavam. Querendo mais; bem mais do que poderiam se permitir fazer ali.

Enlaçaram as mãos de namorados no caminho para o carro, enquanto os primeiros pingos de uma chuva tímida começavam a cair.

"Eu acho que eu amo você".

É EXATAMENTE ISSO...


"Eu amo os gatos porque eu adoro a minha casa. 
E, pouco a pouco, eles se tornam a sua alma visível".

Jean Cocteau

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

NOSTALGIA DE UM DIA QUALQUER


Uma manhã qualquer, um passeio aleatório, e eis que eu esbarrei no Serendipity. Um café, um momento, um feliz acidente. Nostalgia de um dia qualquer.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

IS THIS THE REAL LIFE? IS THIS JUST FANTASY?



Pois, aí está, o novo trailer do "Esquadrão Suicida" (Suicide Squad) e ao som de nada menos que "Bohemian Rhapsody". E meu coração (eternamente apaixonado por mulheres kamikaze) já bate um pouco mais forte pela Arlequina da Margot Robbie... 

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

O QUE ACONTECE EM ELIZABETHTOWN?


Alguns filmes precisam de ar... "Elizabethtown" é um deles.

Trilha sonora especial para este post:


Há mais ou menos 10 anos (!), eu fui ao cinema ver este filme. A minha vida, a minha cabeça, o meu entendimento das coisas era bem diferente do que é hoje. E eu me apaixonei perdidamente por esta linda história, por este filme marcante que hoje, tantos anos depois, ainda paro para pensar quando o vejo aleatoriamente. A verdade é que "Elizabethtown" mexe comigo, digam o que quiserem, e acho que mexerá para sempre.


Esse é um daqueles filmes que poucas pessoas viram; ou as que viram não deram muita bola. Kirsten Dunst e Orlando Bloom interpretam dois completos desconhecidos, o perdido Drew e a misteriosa Claire, que se esbarram num voo qualquer para o Kentucky. Drew está indo enterrar o seu pai, Claire é a sua aeromoça, no avião mais vazio da história. "Obrigada por manter os nossos empregos", ela diz.

Deste encontro sem propósito nasce uma faísca, de um estranho (e talvez assustador) apaixonamento. Drew parece incapaz de estar vivo, neste exato momento de sua vida; Claire (apesar de não admitir abertamente), tem medo de sofrer na sua eterna condição de "pessoa substituta". "Eu sou impossível de esquecer e difícil de ser lembrada".


Drew chega a Elizabethtown para reencontrar uma família que ele nunca entendeu ser sua (a do seu pai), num interior dos Estados Unidos marcado por pessoas barulhentas, amáveis, comida gordurosa e hospitalidade sulista. Mais que isso, Drew chega a Elizabethtown para, na morte, reencontrar seu pai - o que rende uma das cenas mais emocionantes que eu já vi, que é a roadtrip que ele faz em companhia das cinzas do seu pai e ao som de uma trilha sonora criada por Claire. A viagem é pura alma, redenção, despedida. E quando Drew finalmente entende isso, meu coração se parte em mil pedaços junto com o dele.

Até hoje.


É uma comédia romântica; não é o filme mais inteligente nem importante do mundo. E talvez ele não signifique nada para você. Mas significa muito para mim. Não vejo mais este filme com os olhos que eu via, anos atrás, mas isso não faz desta história menos importante para mim. Ainda me entrego na trilha sonora (magistral) escolhida pelo diretor Cameron Crowe; ainda me sinto como se navegasse em câmera lenta por esta cidade enfiada no meio do nada - onde nada parece acontecer - ainda me derreto inteiramente por Claire, com suas fotografias mentais, seu sorriso triste, o encanto e o mistério que se escondem por traz dos seus olhos.


Ainda sinto o nó (menor, é verdade) se enroscando na garganta, enquanto percebo a umidade tímida se desenhando nos cantos dos olhos. Talvez nada aconteça em Elizabethtown; o oposto, admito, do que acontece comigo. Em mim. Através de mim. 


E enquanto os créditos sobem, mais uma vez, só resta a saudade; e uma vontade inesperada de descer para a chuva, e dançar com uma mão para o alto. Então subo num palco imaginário, cercado por ninguém. Pego o microfone com uma mão tímida e digo para esse filme, para este lindo filme:

'Eu gosto de você'.

domingo, 17 de janeiro de 2016

PARA VER E OUVIR: LORD HURON ("SHE LIT A FIRE")

PARA VER E OUVIR: BLACK MOUNTAIN ("STAY FREE")

FILMINHO BOM


É uma forma bem sincera de definir este filme; um filminho bom, nem mais nem menos.

"A Case of You", estrelado por Justin Long (Sam) e Evan Rachel Wood (Birdie), narra a história de um aspirante a escritor que vive uma paixão platônica com a barista do café da esquina onde ele mora. Com medo de não ser interessante o suficiente para a garota, Sam decide fuçar o perfil de Birdie no Facebook e descobrir seus gostos, criando um personagem de si mesmo e o que ele acredita ser "o homem ideal" para a garota por quem ele está apaixonado.

Não precisa ser um gênio para imaginar que isso é uma péssima ideia; então o filme se desenrola em torno desta premissa, com algumas cenas engraçadas e uma constante reflexão de que não precisamos ser ninguém, além de nós mesmos, para amarmos e sermos amados. Esse é sempre o grande erro; o amor que nos encontra é aquele que nasce entre as pessoas como elas são, verdadeiramente; é pelas estranhezas e características inusitadas que nos apaixonamos, não por um reflexo de nós mesmos. 

Long e Wood têm uma química boa e a atuação dos dois faz a história muito mais interessante do que ela é de fato. Filminho bom, bem dirigido, com boa trilha sonora; uma comédia romântica com um tempero um pouco melhor do que o habitual e que, querendo ou não, oferece uma reflexão interessante ao final. Gostei.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

ADEUS A ALAN RICKMAN


Hoje o mundo perde mais uma grande estrela, Alan Rickman, que brilhou em diversos papeis e foi eternizado por seu papel como o Professor Snape da saga Harry Potter. Esse vai deixar muita saudade; gostava muito, muito dele. Acabamos de perder o Bowie e, instantes depois, o Rickman. Desculpem a palavra, mas esta semana está foda.

Varinhas erguidas para o senhor hoje, Professor.


segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

EU AMEI OS 'ODIÁVEIS'


Muita gente vai torcer o nariz para o novo filme do Tarantino, o "The Hateful Eight"; e por razões distintas. Uns acharão a violência contra a mulher beirando o grotesco; outros o humor por horas infantil; alguns outros pela cadência do filme que dura quase 3 horas...

Eu simplesmente me deliciei do começo ao fim. Não dá para levar a sério; nada, nadinha. É Tarantino fazendo o filme que o Tarantino quer ver e o botão "f*da-se se você não gosta" está ligado do começo ao último minuto. 

A história se passa na ressaca da Guerra Civil Norte-Americana, onde um grupo de foras-da-lei se encontra 'ao acaso' numa estalagem no meio de uma nevasca. Este cenário (quase) claustrofóbico é o playground do Tarantino, no qual ele distribui seus típicos diálogos insanos e muita violência gratuita. Me lembrou muito "Cães de Aluguel" (um dos seus melhores) e isso diz muito sobre o filme...

Kurt Russell brilha, juntamente com o inigualável Samuel L. Jackson. Eu sempre digo, e reforço aqui: eu gostaria de ter um CD somente com o Samuel L. Jackson xingando; é poesia na voz deste homem. 

Personagens interessantes, divertidos, cheios de segredos em seus passados recentes num xadrez social interessantíssimo. Oito pessoas odiáveis unidas ao acaso, sedentas por dinheiro, ascensão, reconhecimento ou pura vingança. 

Em poucas palavras, Tarantino sendo Tarantino. 


PARA VER E OUVIR: THE RAMONES ("I WANNA BE SEDATED")

ADEUS A DAVID BOWIE

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

O AMOR COMO UM ESPETÁCULO CÓSMICO


"Eu sinto que eu não pertenço a este mundo.
Por que eu não posso existir num mundo onde nós dois não estamos juntos".

Essa frase diz muito sobre este filme misterioso, estranho, delicado, apaixonante, chamado "Comet", estrelado por Justin Long (no papel do esquisito Dell) e Emmy Rossum (que faz Kimberly, sua namorada e o amor da sua vida).

É meio difícil falar, descrever "Comet". Fico com medo de cair nos clichês e dizer que é uma "comédia romântica sobre as alegrias e as dores de se viver um amor que não passa". Sobre dois amantes que terminam e reatam uma história, num loop sem fim. 

É isso, mas é mais que isso. É um filme lindo, dirigido de forma tão sensível, tão... poética por Sam Esmail, que muitas vezes eu tinha a sensação de estar vendo um álbum de fotografias, que conta uma história sem uma ordem cronológica muito coerente. 

A edição é brilhante, caótica, melancólica, um mecanismo eficiente que comunica a impossibilidade de essas duas pessoas conseguirem se afastar; uma energia que é mais forte que eles, um magnetismo, uma gravidade. Diálogos inteligentes, lindos, ocasionalmente engraçados completam a beleza deste filme tão especial.

Uma conexão que não se rompe, feito um vício...

Dell e Kimberly são vítimas de um amor que não passa; que não se resolve. Uma pessoa que você não consegue esquecer, que não sai do seu corpo, da sua pele. Um encontro (ou desencontro) que não considera o tempo, a física, a realidade. Um desejo além do que é possível, um amor sufocante, desesperado, a vontade de ter aquela pessoa até o fim. "É um vício", Dell tenta compreender em dado momento, sem muito sucesso.

Eu não esperava absolutamente nada deste filme; ao seu fim, senti como se eu estivesse olhando para o céu estrelado, cortado por astros brilhantes e incertezas. E, feito Dell, como se minha palavra preferida neste exato momento também fosse... "cometa". 

AMOR PLATÔNICO


Estou encantado com a beleza melancólica de Emmy Rossum...

LIGHTNING DIVANDO


E aí, assim de repente, você vê uma das principais marcas de moda do planeta, a Louis Vuitton, escolhendo uma personagem digital, de games, como estrela de uma campanha. Ninguém menos que minha eterna musa, diva, paixão platônica digital: Lightning, heroína da trilogia Final Fantasy 13, 13-2, 13-3. Merecidamente, diga-se de passagem e um passo [estranho? porém] extraordinário, de escolher um ícone eletrônico, mas que representa uma feminilidade sem fragilidade, heróica, marcante. Em outras palavras, Lightning divando como sempre.



sexta-feira, 1 de janeiro de 2016